junho 11, 2007

A inconseqüência das minhas conseqüências (enquanto durar o trema)

Bom, vir aqui escrever novamente mostra que, ao contrário do que eu mesmo pensava, a vontade de escrever continua forte em mim. É interessante manter esse contato de "cumplicidade" implícita com o computador, com a internet, ou com o "mundo virtual" pra soar mais bonito. Hoje eu venho falar de coisas que estão na minha cabeça há um certo tempo, sem nenhuma ordem cronólogica de fatos, vou deixar as coisas fluirem!Acabei de voltar da Bonfim, aquela empresa de ônibus, tinha ido pra umas entrevistas de emprego, na minha área mesmo, design, mas sinto que a coisa não vai rolar. Eu sou bastante acomodado com relação a isso, eu reconheço, mas sei lá, a frustração é inevitável.Eu sempre tive uma relação de vitórias na minha vida. Um pouco culpa da minha mãe, e não encaro isso como algo ruim, eu simplesmente vivo achando que o melhor estar por vir... para miM!Então eu vou deixar as coisas acontecerem, como sempre fiz na minha vida. Andar de ônibus é horrível. Eu, pelo menos, detesto. Mas sabe que existe um lado interessante da coisa?! (Eu entrei no assunto do ônibus porque quando fui no trajeto de ida e volta da Bonfim peguei nada menos que 4 deles), então assim...o terminal onde pego ônibus aqui em Aracaju é uma comédia. Eu poderia passar minutos à fio em silêncio observando o comportamento das pessoas, aliás, isso eu aplico em qualquer momento e situação, sou muito observador. E vemos de tudo: pessoas bonitas (ok! Isso é raro), pessoas feias, problemáticas, doentes, crianças, adultos, mulheres que se acham, homens que se acham...é um circo dos horrores com um quê de surrealismo! (O quê? Você não acha que estar ao meio dia torrando naquele terminal observando pessoas passarem afobadas e muitas vezes fedidas é um exercício surreal? Ah tá...! Sabia que ia concordar)Então eu sigo nessa de observar o comportamento alheio nos terminais rodoviários e fora deles..;Eu disse que ia comentar o título do meu curta-metragem, então vamos lá...Ah! Antes disso lembrar que ele vai passar hoje lá na minha faculdade. Não vou poder exercer o meu lado popstar posando de cinéfilo cult (um puta PIMBA) na frente de ninguém porque tenho muitos trabalhos pra terminar...shit!Então, voltando ao título..."ENgrenagem"No meio de roteiristas o título é a última coisa com o quê o roteirista deve se preocupar ao escrever. Primeiro porque é algo substancialmente dispensável durante o processo do brainstorm. Ou seja, começa a escrever e depois pensa nisso porra! Só que no meu caso o título martelou na minha cabeça de cara! Se nem ao menos eu ter a história em mente. (Sim, porque estória com "e" tá demodè, saiu de voga mesmo!) E o que fiz? A partir daí fui dando asas a imaginação (pra não fugir do clichê diário).Como bom roteirista iniciante caí no drama. Sem suicídios por favor, porque aí seria forçar a barra. Mas algo triste. Tentei não ser piegas, e acho que consegui. Uma amiga minha elogiou, mas ela é suspeitíssima né?! Mas enfim..deixa meu ego inflado até que a primeira crítica venha pra detona-lo de vez. Sim..o título...Então, engrenagem.. me veio a mente engrenagens de relógios. E imediatamente estabeleci uma relação de tempo-espaço com o personagem principal (sabia que queria um personagem, um senhor, que por algum motivo estaria sofrendo). E acho que o sofrimento maior que o ser humano enfrenta (além da própria dor física) é a dor da perda. Então pensei que aquele senhor estaria sofrendo com a perda de alguém querido. Cogitei a esposa. Ele a teria perdido há anos e desde então não aceitou a idéia.Só que aí ainda achava que faltava um gancho, algo que não sabia explicar..então pra ficar mais forte, substituí a perda de esposa pela perda da filha. Pai sempre tem uma ligação de proteção com a filha, acredito que pra um pai perder uma filha é como arrancar-lhe um braço. Então nesse momento atingi o que queria como contexto pra o roteiro. Meu roteiro tinha substância!A partir daí foram só modificações para aumentá-lo um pouco, e para viabilizar a coisa, depois que soube que ele seria filmado.Foi interessantíssimo vê-lo pronto. Dificuldades técnicas e mesmo temporais ocorreram, mas não tiraram o brilhantismo que EU esperava do meu filme. Se as pessoas que o assistirem gostarem ótimo, ficarei feliz..vejo que não sou tão diferente assim da maioria.

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